quarta-feira, 30 de março de 2011

Fases da Vida!


Por vezes paro pra pensar no momento das fases em que vivemos e no medo que essas fases nos trazem. Medo da perda, perda inevitável da maioria. A primeira fase da nossa vida, começamos quando criança, entrando na escola, conhecendo nossos primeiros amiguinhos, sem entender muito bem que aquilo dali não vai muito adiante, ou melhor, nem todos dali vão seguir com a gente, mas não nos importados muito, pois, ainda não temos muita noção do que é essa vida, depois que ela segue seu curso é que conhecemos a dor e a saudade dessas fases que já se passaram e o medo começa a nos corroer em cada começo de uma nova fase.

"A calçada da Pires de Castro, onde tudo começou em minha vida, apesar de todos os coleguinhas serem um pouco mais velhos e eu sempre ficar de “café-com-leite” eu adorava brincar de pega-pega e pigue-esconde, assim, nessa época, entrei na escola, e por incrível que pareça, me lembro até hoje, o quanto queria aquilo, sem saber o porque que queria. A fila com as mãos nos ombros um dos outros pra entrar na sala, a mamãe me olhando de longe, vendo o quanto eu era “forte” por está ali, sem choro, sem manha pra voltar pra casa, as brincadeiras no pátio infantil, a primeira paixonite de criança, os lanches, os desenhos, as massinhas de modelar, mas principalmente os amiguinhos, sem eles isso tudo não teria tanta graça, não seria tão divertido.
Da calçada da Pires de Castro, passei as ruas de paralelepípedo de um bairro ainda distante, os coleguinhas já eram outros, mas as brincadeiras continuaram as mesmas. Assim, as séries na escola também foram se passando, alguns daqueles amiguinhos foram saindo, indo para outras escolas e outros novos vindo ao nosso encontro, até então, não percebia o quanto eles eram importante na minha primeira fase.
E então, às outras e boas fases vieram e comecei a entender o que era saudade. A pré-adolescência, ainda na mesma escola de quando criança, poucos eram aqueles que seguiam junto comigo desde o princípio, pouquíssimos mesmo, pra piorar, as turmas todos os anos mudavam, tiravam uns alunos de uma e colocavam em outra, mas isso não impedia a gente de na hora do recreio se encontrar, de contar nossos segredos, de ainda brincar, nossa, bambolê era uma febre, era maravilhoso, queria aquilo e aquelas pessoas pro resto de minha vida, nunca havia parado pra pensar no futuro, até a bendita reprovação vir, que terror, quer horror, que decepção, mas não fazia mal, ainda tinha os intervalos...doce ilusão...meu castigo?...sair daquela escola...nossa, que sensação ruim, que notícia apavorante, “não quero”, “não quero”, dizia eu angustiada, com medo e já sentindo a dor que seria aquela partida, daí então, comecei perceber a vida como ela é.
Outra escola, outra fase, adolescência, - que fase loucaaaaaaaaaaa e gostosa, fase essa cheia de descobertas, choros, sorrisos, nossa – cheguei na nova escola, ainda tímida, sem nenhum amigo e a grande maioria da turma já com seus velhos grupinhos, mas sinceramente, não foi tão difícil quanto imaginei, logo, logo, consegui me adaptar aquelas pessoas e que pessoas queridas, amizades avassaladoras, começo de festinhas nas casas das amigas, começo de um diário e o fim do mesmo, até uma nova mudança de escola, e outra mudança mais tarde, choros, abraços, dores, despedidas, sorrisos amarelos, ilusão de um dia voltar aquilo tudo de novo.
E nessa mesma fase de adolescência encontro uma pessoa especial, na verdade reencontro um coleguinha da calçada da Pires de Castro, o que adorava me botar de “café-com-leite” um chatinho quando criança, “mas quanta mudança”, pensei ao vê-lo, gentil e educado, suas feições ainda semelhantes, rostinho inconfundível, e nesse reencontro os olhares foram sendo trocados, além dos telefones, eu ainda muito insegura, não sabia se aquela seria uma outra fase da minha vida, os dias foram passando, os telefonemas foram se alongando, outros encontros foram acontecendo, comecei a perceber o amor, amor verdadeiro, e assim tive certeza que era mesmo mais uma nova fase, sim, a fase do amor, o medo de perder me fez ter essa certeza, o medo só de imaginar que aquela fase poderia um dia passar também como todas as outras.
E ai, a fase do amor continuou e encontrou-se com a fase “adulta”, a faculdade, que etapa complicada essa, quantas dúvidas, quantas incertezas, Direito ou Jornalismo? Decidi pelo curso de Jornalismo, nunca imaginei ser jornalista, queria mesmo era ser promotora de justiça, mas me apaixonei pela tão famosa Comunicação Social, pelos queridos que encontrei por lá, as vezes paro pra pensar se eu tivesse escolhido o outro curso como seria minha vida, e olha o principal motivo que não me faz me arrepender de feito essa escolha foram as pessoas que encontrei por lá, amizades maravilhosas, começaram então, as festas da luluzinha, os shows, os barzinhos, as viagens, o primeiro porre, a cumplicidade eterna, confusões pequenas, discussões soltas, brigas e depois as passes com um abraço bem apertado, afinal nem tudo são flores, ai lá vêm ele de novo, o medo da perda, a saudade, 4 anos de faculdade, mais choro, mais abraços e ainda mais saudades.
Além da faculdade, os encontros inesperados com pessoas que eu nem sabia que existiam, são inesquecíveis, amizades fortes construída aos poucos, mas que hoje são irmãos, família, amigos de todas as horas, pessoas do bem, sinceras, companheiras, não quero perdê-los nunca...Ah! Se isso dependesse só de mim, levaria eles até o fim, até a última fase.
Nossa, não posso esquecer, do estágio, emprego e trabalho, que passei e que ainda me encontro, no estágio foi uma maravilha só amigas de faculdade, trocando diversas experiências ou nenhuma delas, o emprego na verdade ia por obrigação, fazia coisas que não gostava e ainda tinha que escutar broncas de graça, mas apesar disso conheci pessoas legais, e meu trabalho, meu primeiro trabalho depois de formada, trabalho mesmo, que dá gosto de ir todo dia, dá gosto acordar cedo, os amigos que conquistei me fazem ter esse gosto de está ainda lá, mas que medo, que medo que essa fase acabe, que saudade sentirei dessas pessoas, desses amigos, da convivência diária, dos aprendizados, das brincadeiras.
Ah e a fase do amor, vem ainda fazendo sua história, um romance, com vários capítulos, uma história linda, que espero que seja eterna."

Disso tudo tiro o melhor, o melhor de mim e dos outros, percebi que a gente pode aprender muitas coisas nessas fases, principalmente a sermos fortes mas nunca insensíveis, poucos são aqueles que nos acompanham até hoje, mas muitos são os que estão guardados na nossa história, no nosso coração, a gente aprende a perdoar, a ver as coisas de uma maneira mais racional, aprende a não cometer os mesmos erros, aprende que ainda temos muito que aprender com as outras fases que ainda nos faltam, mas o melhor é saber que esse presente que Deus nos deu é muito valioso e só depende da gente fazer dele Bonito!

(Ananda Normando)

2 comentários:

Fàbia Adriana Vieira disse...

Que lindo, que doce... to aki pagando o maior mico morrendo de chorar... li uma parte do texto pra jan e pro Matheus e ja rendeu mais choro por aki...
...Eu penso que cada pessoa que nos fala nos transforma e cada pessoa que amamos passa a fazer parte de nós, mesmo que jamas a vejamos.
e mais,como você mesmo disse: é preciso seguir pra amadurecer e melhorar..

Se for pra nos deixar, que seja para o seu melhor!

Ananda disse...

imagina o quanto eu chorei escrevendo esse texto nossa..rsrsrsrsrsrs! Me fez muito bem escrevê-lo, vocês estão para sempre no meu coração!
:D